luta contra os assédios moral e sexual sofreu altos e baixos. Ainda que a evolução pareça certa, segundo o advogado Marcus Vinicius Ramos Gonçalves, diretor-presidente do Instituto Latino-Americano de Desenvolvimento Empresarial (ILADEM), o avanço precisa ser estrutural.
ASSÉDIO
“Se você pensar em assédio moral, há dez anos era mimimi. A crença era que as pessoas precisavam aprender a trabalhar sob pressão. Criar casca dura era o objetivo. Já o assédio sexual é uma questão cultural no Brasil, um País ainda muito violento contra as mulheres”.
MUDANÇA
“Agora as empresas entenderam que também têm responsabilidade pela saúde mental dos funcionaram. Concluíram que um ambiente de trabalho tóxico e insalubre não produz bons resultados e, consequentemente, não dá lucro. O chefe que mói gente para extrair resultado passou a ser expurgado”.
DESAFIO
“Mesmo com a mudança em curso, há uma subnotificação dos casos dos dois tipos de assédio porque ele está diretamente ligado a uma sensação de constrangimento da vítima”.
PUNIÇÃO
“Estamos tirando o assédio debaixo do tapete e colocando no debate. Mas a punição tímida imposta pela justiça e a baixa atuação do Estado na agenda atrapalham o processo. Hoje ainda cabe aos dirigentes decidir o grau de toxicidade que aceitarão em suas empresas”.
(Nota publicada na edição 1298 da Revista Dinheiro)